segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Touros de morte de Monsaraz

Monsaraz, uma freguesia pertencente ao concelho Reguengos de Monsaraz, situada a meio/sul de Portugal, perto de Évora, um local conhecido pelas suas paisagens medievais que em tudo relembram esses tempos de contos de fadas, e de torturas desumanas. 


Note-se que este local mantém orgulhosamente diversas tradições desde esta época: aparentemente continua fortemente  marcada pela presença da igreja, contudo é de realçar o poder de um rei que governa, sem ligar a grande justiça e legislação, esta pequena freguesia de cerca de 977 habitantes.

Como igreja referimo-nos a órgãos que apoiam efusivamente uma pratica particularmente desumana. Falamos por exemplo da santa casa da misericórdia de Monsaraz que talvez só falte criar uma claque de apoio a esta tão nobre causa: a de matar touros.

Como rei e outros restantes nobres, entenda-se os tão aclamados autarcas desta freguesia, chefiados pelo presidente da câmara de Reguengos de Monsaraz, josé calixto.
Todos os anos, repetidamente contra a lei, os habitantes desta freguesia apoiados pelo governo e pela gnr local, realizam a tão esperada novilhada acompanhada pela morte do último touro a entrar em arena. “Tradição!”- reclamam. A nosso ver e felizmente, aos olhos de milhares de portugueses, esta triste e vergonhosa acção deveria seriamente ser impedida, contudo o resto da população que apoia esta causa, insiste em seguir a “tradição” e mata cruelmente o touro que certamente preferiria estar nas suas pastagens sem incomodar absolutamente ninguém. O mais engraçado desta interessante história, ou lenga lenga (visto repetir-se há vários anos) é que a gnr sabendo que é ilegal esta prática,  dirige-se ao recinto e tenta a todo o custo perceber quem é o culpado. Temos então duas opções que vamos passar a enumerar: ou a gnr não sabe o que anda a fazer neste País; ou está a ser cúmplice de um atentado à Lei e à constituição de um País. No nosso ponto de vista, estas duas opções estão certamente correctas. Ambas estariam também certas no que toca ao tribunal administrativo e fiscal de Beja e ao tribunal de Reguengos de Monsaraz que recebendo as queixas das gnr simplesmente limitam-se a fazer o mais fácil, ignorar.
Gostaríamos agora de fornecer um conceito simples e conciso de “Tradição”: é a transmissão de práticas ou de valores espirituais de geração em geração, o conjunto das crenças de um povo, algo que é seguido conservadoramente e com respeito através das gerações. (Wikipedia)

Tendo como base esta definição não entendemos onde o acto de matar um touro se insere nas práticas ou valores de uma geração. Facto é que matar este animal já acontece há muitos e muitos anos nesta mesma terra, contudo não percebemos em que é que isto enriquece culturalmente um povo ou até como é que este acto vai de encontro à palavra “respeito” que se insere na frase supracitada.

Com este artigo é nossa intenção sensibilizar os nossos leitores para algo que acontece sem ninguém por cobro legal a esta actividade. As pessoas matam e vão continuar a matar os touros nestas “festas tradicionais”. Brincam como crianças cobrindo-se com panos pretos para que ninguém os reconheça e espetam espadas num touro já extremamente debilitado devido aos quilos de ferro que já se encontram no seu corpo.

Por favor, parem de se colocar atrás da palavra “tradição”!

Abram os olhos para uma situação que só mancha o nome de um País, de uma nação que só sai prejudicada pela vossa interpretação de tradição. Está na altura de voltar ao século XXI e deixar a mentalidade medieval na época devida.
Para finalizar, gostaríamos também de referir que ao longo deste artigo, todas as palavras referentes aos órgãos que praticam ou apoiam esta actividade aparecem com letra minúscula, não por nosso lapso, mas sim porque não são dignos de terem um ênfase próprio desta convenção. 

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